Por Cláudio CJ
“A civilização se tornou tão complicada, que ficou tão frágil como um computador, que se uma criança descobrir o calcanhar de Aquiles, com um só palito para o motor”.
Já em 1974, Raul Seixas, que para muitos era um visionário, cantava estes versos em seu novo LP. Nessa passagem, o maluco beleza, filosofava acerca de dois aspectos de uma mesma problemática: o estado “complicado” no qual o mundo estava inserido e a fragilidade da civilização diante desse cenário.
Pois bem, imagino que nesses tempos idos, a maior inquietação do roqueiro se referia, domesticamente, à ditadura que tomava conta do país, censurando inclusive a ele próprio, dentre outras mazelas do regime, bem como ao pavor do mundo diante da guerra fria que deixava a todos em constante estado de alerta.
Mas, se de lá para cá findaram-se tanto os regimes militares – agora quase que no mundo todo – bem como interrompeu-se o medo do desastre nuclear, que seria a terceira guerra mundial, infelizmente, no todo da afirmativa cantada, o estado do mundo aparentemente piorou.
Não pretendo, aqui, discorrer sobre a quase infindável lista de “coisas” e fatos que me permitiriam facilmente complicar ainda mais o mundo de hoje, do que aquele visto em 74 pelo nosso Raulzito, nem tampouco vou me atrever a apontar soluções como fáceis de serem aplicadas. A única intenção deste humilde texto é lembrar que se o caminho nos parece obscuro, nos resta apenas acender as lanternas e caminhar.
Entretanto cabe a mim, como estudioso do tema, alertar para a urgência urgentíssima de se fazer isso, agora. Pois, se antes temíamos a bomba atômica, agora, aparentemente, pode ser que ela já tenha sido lançada e a estejamos chamando de aquecimento global e suas consequentes mudanças climáticas.
Os caminhos luminosos são diversos, uns são trilhas estreitas, outros são verdadeiras avenidas que, além de contemplarem muitas e diversas ações, permitem um fluxo intenso na direção a seguir.
Eu, particularmente, conheci o meu caminho de “transformar-o-mundo-começando-por-mim-mesmo” na permacultura, uma ciência que alia teoria e prática na construção de um modo de vida sustentável. Posso dizer também que é a ciência do óbvio ou ainda, a espiritualidade na prática (o que nada tem a ver com religião). Porém, não me limito a fazer apenas a minha parte, mas ouso levar esta forma de viver para todos quantos queiram ouvir e, principalmente, praticar. Para isso segui o caminho Robin Hood, o lugar das boas e sérias ONGs, aquelas que ocupam os vácuos deixados pelo estado e construídos pelo mercado. Então foi assim que surgiu o Ipoema, Instituto de Permacultura.
Sem deixar de lado a concretude da ação necessária para a mudança planetária, nas pesquisas pela sustentabilidade da vida humana, percebi que mais do que a racionalidade científica e o desenvolvimento tecnológico, a busca por um mundo sustentável, socialmente mais justo e ambientalmente equilibrado nada mais é do que uma estratégia para a incansável busca pela própria felicidade, saúde e bem estar em nível pessoal.
Com esta percepção e capacidade de me expressar e cativar sobre isso, sigo fortalecendo meus laços de trabalho no e com o Ipoema e hoje, neste exato momento, em meio a este caos que nos rodeia, respiramos fundo, e levantamos a cabeça, trazendo para a sociedade que nos alcança e nos acolhe, uma nova etapa da vida institucional. Momento de ofertar nossos conhecimentos, serviços e ações de modo mais amplo e profundo e com este espírito altruísta e solidário, mirando o futuro do planeta e das suas respectivas gerações de humanos, começamos singelamente ofertando a você leitor, nosso novo site, que será uma das nossas principais ferramentas de entregar-lhe o nosso melhor.
Pois bem, e por que fazemos isso, de pensar no futuro num cenário onde o presente insiste em incomodar?
Talvez pelo que disse o teólogo inglês William George Ward:
“O pessimista se queixa do vento, o otimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas”